22 de jun. de 2009

Entrevista

Tecnologia e Jornalismo

A internet é um novo e importante meio de comunicação. Aos poucos foi ganhando espaço junto às outras mídias e atualmente se destaca, oferecendo desde jogos voltados para distração até importantes materiais de pesquisa e informação. O jornalismo está ocupando cada vez mais espaço neste novo meio, seja através de sites específicos ou, por exemplo, através de blogs. O instrumento que já foi utilizado apenas para desabafo de circunstâncias íntimas, hoje também possui conteúdos de caráter jornalístico e, principalmente, informativo. (Como este!). Lorena Lázaro, repórter do Diário da Manhã, fala um pouco sobre a profissão e a presença dessas novas tecnologias.

Informando e Discutindo: Em poucas palavras, como você descreve a profissão de jornalista?
Lorena Lázaro: Uma profissão cheia de glamour, mas com pouca recompensa.

I e D: Quais razões fizeram com que você optasse pela profissão?
Lorena: Na verdade eu não sei. Sempre quis isso, mas confesso que quando adolescente fiz um teste de aptidão que confirmou minha vontade.
Não tem nada a ver com falsas ideologias ou querer salvar o mundo, como os mais antigos da área. Como disse um colega aqui recentemente: "sou da época da ditadura, quando escrever e dar sua opinião era um crime e um honra". Está mais relacionado com o poder da linguagem, com a vontade de escrever.

I e D: As novas tecnologias possibilitaram o desenvolvimento de novas formas de comunicação. Qual a relevância desses novos meios, como a internet e todas as alternativas que ela oferece, para o jornalismo?
Lorena: Não consigo imaginar jornalismo sem internet. A evolução da comunicação ao nível instantâneo que chegou hoje só contribui com a profissão.

I e D: Qual a sua relação com a internet? O que acha dos webjornais?
Lorena: Adoro internet. É o meio que te leva ao mundo, mesmo estando na sala da sua casa. Com relação aos jornais, precisamos filtrar. Escolher canais com credibilidade, da mesma forma que fazemos com o impresso. Mas tudo pode ser melhorado, principalmente as buscas por matérias, que normalmente deixa a desejar. Bons blogs também tem informação de qualidade, mas precisamos lembrar que eles representam a opinião de uma pessoa, não o de interesse público.

I e D: Como você avalia a relação entre jornal impresso e webjornalismo? É possível dizer que o brilho do impresso vem sendo ofuscado pelo do webjornal?
Lorena: Com certeza o impresso vai viver uma crise, já caiu o número de leitores inclusive. Mas são formas de comunicação diferentes, acho que nunca uma vai eliminar a outra.

I e D: Você tem blog? Acredita que essa ferramenta pode ser utilizada por jornalistas para a divulgação de informações?
Lorena: Não tenho ainda. Acredito que o blog é uma boa maneira dos jornalistas emitirem sua opinião, principalmente quando o meio de comunicação que trabalha não permite isso. Como já disse, precisamos somente conscientizar que o blog não é um jornal.

20 de jun. de 2009

Lei de Crimes Ambientais. Há punição!


O artigo 54 da Lei de Crimes Ambientas de 1998, (Lei 9605), reza que é crime “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”. Adriana explica que a lei sintetizou todas as demais que tratavam dos aspectos administrativos, penais e civis com relação ao meio ambiente, garantindo agilidade e eficácia na punição dos infratores. A lei, segundo ela, tipifica os crimes, apontando os vários tipos de pena.

A tecnóloga em gestão ambiental acredita que um ponto interessante da lei é que ela criminaliza a pessoa jurídica, que é, por exemplo, uma empresa ou uma associação, sem tirar a culpa da pessoa física, que é a pessoa natural, qualquer indivíduo desde o nascimento. “Não existe na realidade uma pessoa jurídica sem a pessoa física. A empresa não existe por si só, existe uma pessoa que é responsável e ela é responsabilizada administrativa, civil e penalmente pelo crime cometido”, ressalta.

Mas, como publicou Eduardo Martins, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no site da instituição, na época em que a lei entrou em vigor: “A Lei, entretanto, não trata apenas de punições severas, ela incorporou métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida à sociedade”.

O código de posturas, documento que reúne as normas municipais referentes, por exemplo, ao uso dos espaços públicos, ao funcionamento de estabelecimentos, à higiene e ao sossego público, é, segundo Adriana, um dos instrumentos de comando e controle que a prefeitura dispõe. “Esses instrumentos servem, por exemplo, para cercear as emissões das diversas substâncias ou ruídos e para ter um controle daquilo que é permitido fazer e do que é tipificado como poluição”, complementa. Adriana acrescenta que os seres humanos precisam de limites e eles estão fixados nos parâmetros estabelecidos pela lei.

Outro fiscal das irregularidades ambientais, como coloca Adriana, é a população. A Agência Municipal do Meio Ambiente (AMA) disponibiliza o Telefone Verde (161) através do qual qualquer pessoa pode ligar e denunciar algo que julgue incorreto, como a realização de queimadas. “Quando a denúncia é feita, o corpo técnico de fiscais vai para o local com os equipamentos necessários para verificar se realmente há uma irregularidade”, relata. Esta participação da sociedade também esta prevista no código de posturas. “Ele estabelece que todos são obrigados a cumprir com suas determinações e inclusive auxiliar o poder publico municipal na tarefa de fiscalização do cumprimento dessas normas”, afirma Adriana.

Ela explica que existe o departamento de monitoramento ambiental, que avalia os diferentes tipos de poluição, como a hídrica ou a atmosférica. Para isso são necessários equipamentos específicos. Ela conta que em Maio a AMA recebeu a doação de um equipamento que fará o monitoramento da emissão de particulados em Goiânia. De acordo com ela esse monitoramento já é realizado, mas por um outro processo que é mais lento. “A estação que recebemos é móvel. Em São Paulo já existem várias. Elas ficam em determinados pontos da cidade para monitorar a emissão de particulados em um determinado período. Depois é realizado um estudo que vai determinar melhor os parâmetros de emissão da cidade”, explica.

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), junto com o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA) são, de acordo com Adriana, outros dois importantes instrumentos de comando e controle. Eles têm a finalidade de realizar um estudo para determinar se a construção de um novo comércio ou indústria em certo local pode ser aprovada. Essa aprovação depende de um licenciamento. No requerimento deste a empresa deve, dentre outros fatores, se comprometer em utilizar recursos que controlem a emissão de substâncias poluentes.

O licenciamento passa por três fases. Licença prévia, Licença de instalação e Licença de operação. De acordo com Adriana, a cada fase são realizadas vistorias para fiscalizar se a empresa está cumprindo com os critérios estabelecidos. Caso haja alguma irregularidade o processo não segue adiante. Quando uma empresa ou uma pessoa é autuada por estar cometendo um crime ambiental, Adriana esclarece que a punição não é realizada imediatamente. “Quando recebemos a denuncia e é feita a fiscalização, a empresa tem um tempo pra se organizar e entrar nas regras. Se não entrar nos padrões, ai vem a questão da multa”.

No entanto, para que exista um crime é preciso existir uma denúncia. Como explica Adriana a equipe de fiscalização só se desloca se houver um chamado, pois Goiânia tem um milhão e duzentos mil habitantes, o que segundo ela, torna impossível a fiscalização de toda a cidade. “Não tem como a equipe ficar rodando. É dinheiro público que está sendo consumido”, afirma.

Se tratando da fiscalização no tratamento de resíduos, Osmar Mendes afirma que a estrutura existente hoje é muito insignificante. “Só em 2008 que foi criado um departamento voltado para o tratamento de resíduos e possui apenas um funcionário”, afirma. De acordo com ele, faltam recursos para que a fiscalização seja ampliada e para que haja um tratamento eficaz do lixo. “Quando criou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo lançou uma verba para tratamento de resíduos sólidos. Do que iria ser disponibilizado inicialmente, apenas 25% foram divulgados. Desse total, não saiu nada até hoje”, relata Osmar.

Outro problema apontado por ele é a falta de legislação. A lei de saneamento básico, que segundo Osmar, demorou 20 anos para ser aprovada, trata um pouco dos resíduos sólidos, no entanto, ele afirma que não existe uma lei nacional que estabeleça diretrizes que coordenam os resíduos. “Precisamos ter uma estrutura governamental melhor para fiscalizar o procedimento. Se ninguém autuar, ele continua”, ressalta.

Segundo Osmar, o que falta no poder público, além de estruturas, são “pessoas certas e que pensem, nos lugares certos”. Ele explica que quando há estrutura não há vontade política e, muitas vezes, as pessoas que ocupam certos cargos não pensam, nem elaboram bons projetos. “Se não tiver projeto ou o projeto não for bom, não há liberação de verba”, esclarece. Ele conta que a prefeitura financia o início do projeto, mas para que haja esse financiamento, ele precisa mostrar que é sustentável, ou seja, que vai conseguir se manter quando não houver mais o apoio do poder público.

19 de jun. de 2009

Culpados ou não?*


* Artigo escrito em 2008 sobre as enchentes em Santa Catarina.


Na semana passada o mundo parou para acompanhar e lamentar o desastre “natural” que devastou Santa Catarina. A mídia nacional se mobilizou completamente, chegando a realizar campanhas para arrecadar mantimentos para os catarinenses. O assunto também foi destaque nos principais jornais internacionais, Le Monde, El país, The New York Times.

Apesar da grande ênfase à dimensão da tragédia e ao número de mortos, outro fator foi constantemente mencionado, a solidariedade do povo brasileiro, que mesmo não tendo a obrigação de ajudar, se esforça para fazê-lo. Mas, espere um pouco, será que realmente não temos a obrigação de ajudar?

Um desastre natural. Mas até que ponto? Há muito tempo o homem tomou posse da natureza e desde então interfere direta ou indiretamente no seu percurso. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, há mais de 90% de certeza de que a ação humana influencia o aquecimento global, ou seja, nós contribuímos para a alteração climática.

No Brasil esse impacto começou em 1500 com a chegada dos portugueses, seguida da exploração da Mata Atlântica. Eles estavam motivados pelo lucro obtido com a venda do pau-brasil na Europa. Segundo dados apresentados pela ONG WWF, a Mata possui hoje apenas 9% da extensão original.

As enchentes, apesar de resultarem das chuvas, que são obras da natureza, não têm um surgimento independente da ação humana. A impermeabilização do solo, devido à pavimentação das ruas, a constante redução da área verde para a construção de novos estabelecimentos, a alteração do curso de rios e a obstrução das galerias pluviais, devido ao lixo jogado nas ruas pela população, atrapalham o escoamento da água, que permanece na superfície. A invasão de áreas de encostas por loteamentos clandestinos, também contribuem para a proporção dos desastres.

Exemplo claro é o que aconteceu em Blumenau, uma das cidades mais atingidas. Em entrevista para o site do Eco, a professora e pesquisadora de Ecologia de Florestas da Universidade Regional de Blumenau, Lúcia Sevegnani, afirmou que a população local aumentou de 120 para 300 mil habitantes nas últimas décadas. O aumento populacional foi absurdo e resultou na ocupação de áreas de risco, como encostas de morros e beiras de rios – os locais mais atingidos nas enchentes desse ano.

Se o maior responsável pelas alterações climáticas que ocorreram e ocorrem é o ser humano, ele deve, com certeza, colaborar na reparação dos danos provocados. Portanto, não se trata apenas de uma questão de solidariedade, mas de obrigação.

Pelo menos o assunto ‘mudança de clima’ já está sendo pensado. Começou no dia primeiro de dezembro o 14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC). Um dos principais objetivos do encontro é tentar superar os impasses das negociações do novo acordo sobre a redução da emissão de gás carbônico, substituto ao protocolo de Kyoto, para que o financiamento de projetos possa começar a partir do ano que vem.


Se as duas semanas de negociações vão ter algum progresso, não é possível saber. Afinal, a discussão já acontece há uns bons anos. Já está mais do que na hora das ações começarem a aparecer. Enquanto não aparecem, nos contentamos com o “antes tarde do que nunca” e claro, vamos ajudando da maneira como podemos as vítimas da nossa irresponsabilidade e falta de bom senso com os recursos naturais.

17 de jun. de 2009

Há consciência ambiental?

Adriana diz que a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMA) tem projetos de educação ambiental que visam conscientizar a população sobre importância da preservação do meio. “A semana inteira nós temos atividades nas várias escolas de Goiânia. Estamos sempre fazendo palestras de conscientização, abordagens nos parques e na medida do possível, tentamos alertar as pessoas a respeito do que é proibido e do dever de cada um”, complementa.

No entanto, ela afirma que muitas vezes não há interesse por parte da população. “Temos que ficar chamando as pessoas para participarem dos eventos, por que às vezes percebemos que elas não se importam. A própria população fomenta ações que vem em desencontro com aquilo que é proposto. Provocam pequenas queimadas, jogam lixo em terrenos baldios e arrancam ou picham as placas dos parques, contribuindo com a sua destruição”, relata.


O pensamento de muitas pessoas, segundo Adriana, é de que elas não são responsáveis pela preservação da cidade, dos recursos naturais e dos bens materiais. Ela afirma que o trabalho de conscientização também tenta mostrar para o cidadão que os bens e instrumentos públicos são patrimônios públicos, disponibilizados pelo poder público, mas que não deixam de ser do cidadão e, portanto, é importante preserva-los.


Leônidas também destaca que é preciso que o cidadão tenha consciência dos seus atos. “Mais importante que ter edifícios que sirvam de exemplo para a construção sustentável, é participar de uma cidade onde as pessoas tenham consciência e o poder público esteja realmente preocupado com isso, não apenas de um ponto de vista mercadológico”.


Para exemplificar a falta de consciência que existe atualmente, Homim cita alguns hábitos dos universitários. “Ao passearmos pela universidade nos deparamos com lixo no chão e nas salas de aula e o próprio descarte de material, o aluno compra um salgado e joga a metade fora”. Segundo ele, a universidade é onde está a parte mais bem formada do país, que tem acesso à informação e trabalha a construção do conhecimento. No entanto, é um dos locais onde é possível perceber “a enorme falta de consciência ambiental”.


O engenheiro agrônomo Luciano Coelho acredita que pelo menos os grandes empreendedores já atingiram um alto nível de conscientização. Ele afirma que as empresas evoluíram não por estarem sendo fiscalizadas, mas para se fortalecerem na busca do mercado externo. “Para alcançarem esse mercado elas precisam ter hoje adequação na área ambiental e socioambiental”. Luciano explica que além de se mostrarem preocupadas com o meio ambiente, devem tratar bem o ser humano, oferecendo boas condições de trabalho.


Segundo Luciano, elas seguem as chamadas regras de ouro. “Quando entramos, por exemplo, em uma mineradora, tem as regras expostas. De cinco, no mínimo duas são ambientais, como preservar as matas e não queimar. As outras envolvem saúde e segurança”, relata. Porém, Luciano reconhece que as empresas buscam essa adequação para serem aceitas e aumentarem os níveis de exportação, ou seja, visam o lucro e não a proteção do meio ambiente.


Para Osmar Mendes, a falta de consciência é uma questão cultural. “No Brasil as pessoas têm o hábito de jogar tudo na rua. Quando termina um evento, como a feira, ou shows, a rua vira um chiqueiro”, pontua. Ele conta que na Alemanha após um evento, as ruas continuam limpas e há uma consciência também na questão da reciclagem. Ele explica que lá, e também na Suíça, as pessoas pagam para reciclar o lixo que produzem.




A separação é feita entre materiais orgânicos e não orgânicos que são colocados em sacos específicos. “Quando compra o saco, que custa caro, a pessoa já está pagando para reciclar. O lixo só pode ser entregue naquele tipo de saco”, explica. Além de fazer a separação dos resíduos, o cidadão também é responsável pela entrega. Existem pontos de coleta e o poder público não passa para recolher. A coleta tem, portanto, custo zero. “Aqui, a pessoa para colocar o lixo no horário certo para ser coletado, já acha difícil”. No entanto, Osmar não deixa de ser otimista. “Mas agente vai avançar, um dia chegamos lá”, conclui.

16 de jun. de 2009

O que fazer com tanto lixo?!




A problemática do lixo, segundo Osmar Mendes, Analista Ambiental da Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico de Goiás – SEMARH é o constante aumento de resíduos e a falta de áreas apropriadas para depositá-lo. Ele afirma que Goiânia produz cerca de 1280 toneladas de lixo por dia durante os meses mais chuvosos e 1150 toneladas no período seco.


O destino do lixo em Goiás, de acordo com Osmar é de 70% de resíduos encaminhados para lixões, que é a forma inadequada de disposição, já que os resíduos são apenas descarregados sobre o solo, sem qualquer medida de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Vinte e cinco por cento são encaminhados para a forma controlada de colocar o lixo, na qual precauções tecnológicas são adotadas durante o desenvolvimento do aterro, aumentando a segurança do local e minimizando impactos no meio e na saúde. No entanto, como coloca Osmar, “ainda não é a maneira adequada, pois não tem, por exemplo, impermeabilização, que impede o contato do chorume produzido com o lençol freático”. E, 5% vão para aterros sanitários, que utilizam técnicas de engenharia; onde é feita a drenagem e captação do líquido gerado e realizada a compactação do lixo.



O aterro de Goiânia tem segundo Osmar, por volta de 45 metros de altura. Sua área atual teve 15 anos de vida útil e está passando por um procedimento que vai ampliá-lo garantindo mais alguns anos. “Os mais otimistas afirmam que vai aumentar mais 20 anos na vida útil do aterro. Mas a área ampliada corresponde à metade da original. Se esta aguentou 15 anos, a ampliação deve aguentar sete”, conclui.


Osmar Mendes ressalta que como faltam verbas para ampliar a fiscalização e para serem investidas em novas técnicas de tratamento do lixo, o que existe hoje é um trabalho de conscientização, realizado pela gerência específica de educação ambiental. No entanto, como ele coloca, o retorno do trabalho de conscientização é muito demorado. “A Alemanha é um país admirável na questão de consciência, mas se for ver, o órgão ambiental lá tem 750 anos de operação. O do Brasil tem 30 apenas”, acrescenta.


Segundo Osmar, o melhor destino que pode ser dado aos resíduos hoje, é o processamento para a cogeração de energia. “Queima o lixo e produz vapor que vai tocar uma turbina para gerar energia”, explica. No entanto, ele acredita que existem forças que não deixam essa tecnologia avançar. “Os interesses puramente econômicos impedem o desenvolvimento de novas tecnologias. Dizem que por trás do lixo existe muito dinheiro”, pontua.


Ele estima que o lixo da capital e do entorno seria suficiente para gerar energia para uma cidade de 300 mil habitantes. “O custo da tecnologia é alto. Mas a construção de uma hidrelétrica, que fica entorno de 120 milhões de dólares é quase equivalente. O problema está no interesse em desenvolvê-la”, afirma. Osmar conta que só existe uma empresa que realiza o processo de cogeração de energia no Brasil, que fica em São Paulo.


O procedimento faz a blendagem, ou seja, a mistura de diferentes tipos de resíduos, o que vai aumentar o seu poder calorífico, permitindo a geração de energia. A vantagem, segundo Osmar é que a queima para geração de energia, não produz mais resíduos, como acontece quando é utilizada a incineração. O resultado final são cinzas, que nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, são utilizadas para produzir cimento. “Tem cimenteiras nos EUA cujo 80% dos cimentos são produzidos a partir do coprocessamento do lixo”, afirma. A vantagem para o gerador, de acordo com Osmar, é que ele recebe um certificado de eliminação de resíduos.


Os resíduos gerados pela construção civil são responsáveis, segundo Osmar, por 41% a 70% da massa de resíduos urbanos coletados no Brasil. Em Goiânia são geradas 2000 toneladas de resíduos por dia na época de estiagem. Osmar explica que o grande problema é que não há um local específico para destinação dos resíduos. “São encaminhados para os aterros sanitários e utilizados para recobrimento do lixo, mas o excesso também acaba ficando e contribuindo, dentre outros problemas, com a redução da vida útil do aterro”.


Leônidas, doutor em Âmbitos de Investigação em Energia e Meio Ambiente na Arquitetura, pela Universitat Politècnica de Catalunya, Barcelona (Espanha), acredita que o recolhimento do entulho é dever do construtor. No entanto, o poder público deve contribuir, por exemplo, com a construção de indústrias que trabalham com a reutilização dos materiais, para que eles possam ser reciclados. “Quando você começa a reciclar, percebe o quando de lixo você gera. Se as construtoras não se responsabilizarem pelos seus resíduos, não vão saber o quanto produzem”, afirma. Segundo ele este é o ponto importante da reutilização, ter consciência do lixo que produz e a partir daí, tentar encontrar soluções, como a redução do consumo de materiais na obra.


De acordo como Osmar, o percurso correto no tratamento do lixo seria, “diminuir o consumo para gerar menos resíduos. Se gerou, reciclar. O que não for possível de ser reciclado, utilizar na cogeração de energia”. A logística reversa é outro caminho apontado por ele, na qual o gerador é responsável pela eliminação dos resíduos e, para isso, agrega um valor a mais na mercadoria, que será o dinheiro utilizado para promover a reciclagem.


Ele afirma que Goiás está caminhando em passos lentos. “Dá um passo para frente e recua dois”. Segundo Osmar, está caminhando na contra mão da história, principalmente por atitudes como retirar a administração do aterro sanitário de Goiânia de uma empresa terceirizada e voltar para a prefeitura. “Outros Estados estão melhorando porque estão terceirizando o produto. O poder público se torna apenas um agente fiscalizador do serviço”, ressalta. “Mas acredito que agente vai caminhando. É um ato de consciência do administrador e da sua equipe”, conclui.

15 de jun. de 2009

Poluição

De acordo com tecnóloga em controle de gestão ambiental Adriana Chilon, a poluição pode ser originária de fontes móveis, como os automóveis que lançam fumaça para a atmosfera; ou estacionárias, como as indústrias ou a própria agricultura que também pode ser responsável pela liberação de efluentes. No entanto, como ela explica, para que a emissão de determinada substância seja considerada crime ambiental, por causar poluição, é preciso que esteja em desacordo com os parâmetros legais determinados pelos vários tipos de instrumentos de comando e controle.

A poluição se subdivide, segundo Adriana, em hídrica, do solo, sonora e visual. “A poluição hídrica é a alteração dos elementos constitutivos da água, tornando-a imprópria ao consumou ou utilização para outros fins”. Já a do solo, ela explica que é causada por resíduos sólidos, rejeitos perigosos, agrotóxicos, pelas queimadas, atividades de mineração e pelos cemitérios horizontais que liberam chorume cadavérico.

O Chorume é um líquido resultante do processo de apodrecimento de matérias orgânicas. Nos cemitérios é resultante da decomposição dos cadáveres. Também pode ser encontrado nos lixões e aterros sanitários. Se não receber tratamento adequado, pode contaminar o lençol freático. Como coloca Adriana, “normalmente, quando existe uma causa de poluição do solo, ela vai se transformar na poluição de um corpo hídrico ou mesmo do lençol freático, por causa da percolação desses elementos”. Osmar Mendes, Analista Ambiental da Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico de Goiás – SEMARH, ressalta que o chorume é uma substância muito agressiva e tóxica. Segundo ele, no Brasil, só é tratado de maneira correta em São Bernardo. O procedimento realizado elimina 99% dos constituintes tóxicos.

No entanto, ele acrescenta que este tratamento é caro. “É uma diferença de investimento muito grande. Se o procedimento comum gasta um milhão de reais, este gasta quinze”, afirma. Osmar explica que a tecnologia mais barata que é utilizada, drena os gases, que são queimados ou aproveitados e drena também os líquidos e os manda para uma lagoa, o que não é suficiente para remover o material poluente devido a sua elevada toxidade.

A poluição sonora é a emissão de ruídos desagradáveis. Adriana explica que a emissão máxima permitida é de 55 decibéis. “Você estando sujeito a uma emissão de poluição sonora desse grau por várias horas consecutivas pode ter danos sérios a saúde, inclusive a saúde mental”, afirma. Segundo Adriana, as pessoas confundem muito a questão do horário limite para emissão de sons altos. Ela esclarece que o que está expresso na constituição federal é que todos têm direito a um ambiente equilibrado, independente da hora. Portanto, se a pessoa estiver se sentindo incomodada tem o direito de reclamar. “Não existe essa de ‘eu posso fazer uma festa de arromba até às 22h porque estou dentro do limite legal’”, afirma.
Por último, a poluição visual, que segundo Adriana é a “degradação ambiental resultante das publicidades comerciais e sociais que direta ou indiretamente coloquem em risco a segurança, o bem-estar da comunidade ou afetem as condições estéticas do meio ambiente urbano ou rural”, conclui.

12 de jun. de 2009

“Com a intensificação do processo industrial no século XVIII começou a significativa alteração do meio ambiente”, afirma Adriana Chilon*.


Com início no século XVIII, na Inglaterra, a Revolução Industrial foi um período marcado pelo avanço tecnológico dos meios de produção e dos transportes. As mercadorias, que até então, eram produzidas à mão, pelos artesãos, passaram a ser fabricadas por máquinas, que já não utilizavam mais a energia humana e sim a energia gerada por combustíveis fósseis, como o carvão mineral e mais tarde o petróleo.


Na época, a tecnologia proporcionou o surgimento de máquinas a vapor, como os teares. E também de meios de transportes mais eficientes, como as locomotivas e trens a vapor. Os avanços permitiram acelerar o ritmo da produção, baratear os produtos, transportar mais mercadorias e pessoas de maneira mais rápida e econômica. Em contrapartida, como explica Adriana Chilon, contribuiu para o aumento da poluição ambiental. “Agora, no século XXI estamos com o agravamento dessa situação que começou com a produção em larga escala, principalmente, dos bens de consumo”, esclarece.

Com a utilização dos combustíveis fósseis para a geração de energia houve um aumento da emissão de gases poluentes para a atmosfera. Como explica Leônidas Albano, doutor em Âmbitos de Investigação em Energia e Meio Ambiente na Arquitetura, pela Universitat Politècnica de Catalunya, Barcelona (Espanha), eles acumulam-se, impedindo que a radiação solar seja refletida de volta para o espaço, o que, consequentemente, contribui para o aquecimento global. Os gases poluentes são produzidos, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis, de resíduos orgânicos ou da vegetação florestal. Dentre eles estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os Perfluorcarbonetos (PFC's).

O acúmulo desses gases é considerado poluição por que, como explica Adriana, eles modificam a composição da atmosfera. “A atmosfera é uma camada que envolve o globo e tem seus constituintes. A alteração desses constituintes que ultrapasse os limites estabelecidos dentro das normas ambientais causa um desequilíbrio que nós denominamos poluição”, complementa. Adriana acrescenta que essas alterações podem colocar em risco a saúde, a segurança e o bem estar da população e dos demais seres vivos.


Outro problema decorrente da Revolução Industrial, segundo Osmar Mendes, Mestre em Engenharia do Meio Ambiente pela Universidade Federal de Goiás e Analista Ambiental da Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico de Goiás – SEMARH é o aumento do consumo, resultante da produção de mercadorias em menos tempo e com um custo menor. “O crescimento acelerado da população e das novas tecnologias voltadas para a fabricação de bens de consumo, tem contribuído com o aumento da geração de resíduos”, afirma. Resíduos, como ele explica, é o lixo que pode ser reciclado. A fração que ainda não possui tecnologia para reciclá-la é denominada rejeito.


*Adriana Chilon é tecnóloga em Gestão de Controle Ambiental.

11 de jun. de 2009

Atitude flex: depois dos carros, as motos!

CG 150 Titan Mix, primeira moto flex produzida em série


A Honda lançou em Março a CG 150 Titan Mix, a primeira moto flex do mundo produzia em série. Projetado especialmente para o Brasil, o modelo foi resultado de um trabalho que envolveu o Centro de Pesquisa do Japão. A diferença básica entre a moto e os carros flex é que ela não possui o reservatório de partida a frio, necessitando, portanto, de conter um mínimo de 20% de gasolina quando a temperatura ambiente estiver abaixo dos 15ºC. Para orientar o piloto quanto a necessidade da gasolina, há no painel de instrumentos um mecanismo de alerta por lâmpadas. Como as demais, a Mix está disponível em três versões: KS, com partida a pedal; ES, com partida elétrica e ESD, com partida elétrica e freio dianteiro a disco.

A tecnologia Flex, em inglês dual-fuel vehicles, significa veículo de combustível duplo, ou seja, permite a utilização de dois combustíveis, misturados e armazenados no tanque, na câmara de combustão ao mesmo tempo. Essa tecnologia surgiu nos Estados Unidos, no final da década de 80. O Estado da Califórnia estava pressionando para que fossem desenvolvidos modelos de carros menos poluentes. O etanol foi a sugestão de combustível, denominado biocombustível por se tratar de uma fonte de energia limpa. No entanto, como a demanda por veículos lá é grande e não haveria álcool para suprí-la, as empresas não poderiam investir em modelos movidos apenas por etanol. Desenvolveram entao, em 1993, os primeiros carros no modelo Flex, preparados para utilizarem álcool, gasolina, ou a mistura dos dois em qualquer proporção.

Os veículos flex estão disponíveis no mercado brasileiro desde 2003. O primeiro deles foi o Gol 1.6 da Volkswagen, denominado ‘total flex’. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mostram que em 2008 já haviam 6,2 milhões de veículos comerciais leves tipo Flex, o que corresponderia a 23% da frota brasileira, que é de 26 milhões de veículos. O Brasil já estava preparado para abastecê-los, com 30 mil postos de gasolina prontos para vender etanol. Um dos fatores responsáveis pela rápida aceitção do veículo no país foi a herança do programa Pró-álcool, criado na década de 70 e que estimulou a utilização do etanol como combustível. Outro fator foi a lei de proteção ambiental que obriga o uso de 20 a 25% de álcool misturado com gasolina convecinoal.

Para Osmar Mendes, Analista Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico de Goiás (SEMARH), ainda vai levar um tempo para que a tecnologia supere a dos combustíveis fósseis. Mas afirma que não é possível estipular uma data, já que a história, como ele cita, não é feita de ‘marcos zero’ e sim de períodos de transição. No entanto, ele aponta uma dificuldade para que os biocombustíveis se popularizem: As empresas de postos de combustível fóssil. Segundo Osmar, elas não vão perder o espaço e toda a estrutura que possuem. “Não vão deixar outras tecnologias desevenvolverem fácil. Possuem um grande investimento que foi construído ao longo de uma história. Têm instalações montadas, tecnologias desenvolvidas e geram muitos empregos”, explica. Osmar ressalta que as empresas vão tentar impedir que um combustível alternativo as leve a falência.


Fontes: Folha Online, Interpressmotor.
Foto: Interpressmotor.

9 de jun. de 2009

Investimentos em energias limpas aumentaram em 2008

Apesar da crise econômica, os investimentos em energias renováveis foram mantidos, chegando a 155 bilhões de dólares em 2008. O relatório Tendências Globais de Investimentos em Energia Sustentável aponta que o valor representa quatro vezes o obtido em 2004. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os investimentos em fontes de combustíveis fósseis foram superados pela primeira vez.

O vice-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretor do Pnuma, Achim Steiner, disse que alguns países, dentre eles o Brasil, estão trabalhando para desenvolver políticas e leis para fomentar a energia limpa. Steiner afirmou ainda que o Brasil acumulou quase todos os investimentos da América Latina. O site Painel Florestal publicou que uso de fontes de energias renováveis cresceu 16% em 2008, alcançando 280 mil Megawatts (MW).

Energia limpa é aquela proveniente de fontes renováveis, ou seja, capazes de se regenerar e, portanto, inesgotáveis, cuja obtenção e queima não emitem (ou emitem poucas) substâncias poluentes para a atmosfera, como o CO2. São exemplos de energia limpa: a energia solar, eólica, das marés, o biogás e os biocombustíveis.

O que moveu o interesse por estudos e pela utilização das diversas fontes de energia limpa não foi a preocupação com a poluição resultante da emissão de CO2 e sim o fato de os combustíveis fósseis, até então os mais utilizados, como carvão e petróleo, serem uma fonte de energia não renovável. Muitos países ainda dependem dos combustíveis fósseis e essa dependência se torna um problema, já que eles são finitos.


Fonte: Estadão Online
Foto: http://50minutos.wordpress.com/2008/12/04/

7 de jun. de 2009

A caminho do fim?

Com tantas pesquisas que apontam os possíveis desastres aos quais estamos sujeitos nas próximas décadas, será que ainda é possível reverter a situação e conciliar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente?


Alguns pesquisadores acreditam que a redução do uso de recursos naturais impediria o crescimento ou a permanência da economia no nível em que está, sendo, portanto, impossível conciliar desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. Já para o Engenheiro Agrônomo Luciano Ferreira Coelho é possível sim, e trata-se apenas de uma questão de planejamento. “Não apenas da parte do governo, mas também do setor privado. Precisamos pensar mais a longo prazo, as coisas imediatistas acabam trazendo consequências danosas e as vezes irreversíveis”, complementa.

Planejar é segundo Luciano um dos caminhos para evitar o consumo exagerado dos recursos naturais. Ele cita o exemplo da construção de hidrelétricas que muitas vezes tem nos projetos a pretensão de inundar grandes áreas, mas, explica que se houver planejamento é possível chegar a alternativas. “Hoje existem tecnologias que geram mais energia com menos áreas inundadas”, afirma.

Luciano ressalta que é preciso parar com a idéia de que a proteção ao meio ambiente vai impedir o desenvolvimento econômico. Segundo ele, temos capacidade para manter o ritmo de produção, mesmo utilizando estratégias que sejam menos agressivas ao meio. “O que tem que se fazer é investir em tecnologia”, destaca.

Ele explica que as tecnologias que estão sendo desenvolvidas com o intuito de reduzir a emissão de CO2 , proveniente da queima de combustíveis fósseis nos automóveis, é prova disso. “Primeiro colocaram os catalisadores nos veículos, depois reduziram o teor de chumbo na gasolina, desenvolveram os carros com tecnologia flex, ou seja, utilizando biocombustíveis, e agora estão trabalhando no carro elétrico. Hoje, tem como sim substituir coisas que degradam, por outras que não e que tem a mesma eficiência”, enfatiza Luciano.

Outra fonte de emissão de CO2 são as queimadas de vegetais. A popularização do biocombustível produzido a partir da cana de açúcar gerou um aumento de canaviais e usinas nos últimos anos. Até pouco tempo, o processo de colheita envolvia a queimada desses canaviais, o que colocava em questionamento a afirmação da energia obtida ser realmente menos poluente. No entanto, como explica Luciano, foram desenvolvidas Máquinas Colhedeiras, que dispensam a queimada.

Em Goiás, por exemplo, a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente 082 2007 e a Instituição Normativa 001 2007 da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, proíbe que as usinas emergentes a partir dessa data realizem queimadas. Quanto às usinas antigas, ele afirma que estão passando por um processo de redução paulatina. “Acredita-se que 50% da safra de 2009 utilize a colheita mecanizada”.

O Engenheiro agrônomo Araílson da Rocha Moreira, também acredita ser possível manter o ritmo da produção de maneira sustentável. Em relação ao desmatamento, outro problema enfrentado, ele explica que as tecnologias atuais já permitem a obtenção de maiores rendimentos por hectare, proporcionando uma produtividade maior em um espaço menor e, consequentemente, reduzindo a necessidade de desmatar. “O que devemos fazer agora é produzir no espaço que já está desmatado, não precisa de mais”, complementa.
No entanto, não basta que os pesquisadores estejam desenvolvendo altas tecnologias voltadas para a preservação do meio e que os órgãos que trabalham na área estejam fiscalizando. Segundo Araílson, jogar um simples papel no chão é agredir o meio ambiente. E ele é responsabilidade de todos. “Todo mundo tem obrigação de preservar o meio ambiente, não apenas os órgãos que trabalham com essa parte”, destaca.

6 de jun. de 2009

Revolução Industrial: Início do desenvolvimento. Início da degradação.


Uma das maiores preocupações ambientais hoje é o aumento dos gases poluentes presentes na atmosfera. Eles acumulam-se, impedindo que a radiação solar seja refletida de volta para o espaço, o que, consequentemente, contribui para o aquecimento global. Os gases poluentes são produzidos, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis, de resíduos orgânicos ou da vegetação florestal. Dentre eles estão o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os Perfluorcarbonetos (PFC's).

A emissão em ‘larga escala’ desses gases começou no século XVIII com a Revolução Industrial que teve início na Inglaterra. O período foi marcado pelo avanço tecnológico dos meios de produção e dos transportes. Os produtos, que até então, eram produzidos à mão, pelos artesãos, passaram a ser fabricados por máquinas, que já não utilizavam mais a energia humana e sim, a energia gerada por combustíveis fósseis, como o carvão mineral e mais tarde o petróleo.

Na época, a tecnologia proporcionou o surgimento de máquinas a vapor, como os teares. E também de meios de transportes mais eficientes, como as locomotivas e trens a vapor. Os avanços permitiram acelerar o ritmo da produção, baratear os produtos, transportar mais mercadorias e pessoas de maneira mais rápida e econômica. Em contrapartida, contribuiu para o aumento da poluição ambiental. Hoje, tenta-se mais uma vez recorrer à tecnologia responsável pelo impulso econômico mundial. Mas desta vez, na tentativa de controlar esse impulso, conciliando-o com a preservação dos recursos naturais.

Informações sobre a Revolução Industrial retiradas do site www.culturabrasil.org

5 de jun. de 2009

Dia mundial do meio ambiente: O propósito


Não é o dia 'D' de combate à poluição, ao desmatamento, aquecimento global e demais problemas ambientais. Mas como coloca o Engenheiro Agrônomo Arailson da Rocha Moreira, é um momento para deixar de lado os trabalhos internos e se voltar para a comunidade. “Temos que pensar na população, que talvez não esteja poluindo, mas mesmo assim precisa da palavra sobre educação ambiental”, afirma.

Nesta perspectiva de orientar a população sobre o meio ambiente, a respeito dos problemas; cuidados e soluções, diversas palestras e atividades estão acontecendo desde segunda-feira em todo o Estado de Goiás. Algumas delas fazem parte da II Semana Integrada de Meio Ambiente de Goiás, que encerra domingo, 7. Ainda assim, os eventos ambientais continuam por todo o mês de Junho.

Confira a programação:

** 6º de junho de 2009 **

- Encontro de articulação dos coletivos jovens locais de meio ambiente de Goiás
Contato: (62) 3901-1975 - cjgoias@gmail.com
Público: Integrantes dos Coletivos Jovens Locais de Meio Ambiente

** 7º de junho de 2009 **

- Encontro com as crianças do Projeto Pezinho de Jatobá
Quando: 07/06 – 15h30 às 17h30
Onde: Setor Shangri-lá, Goiânia, GO.
Contato: Lisbeth Oliveira (9633 4801) www.pezinhodejatoba.blogspot.com
Público: Crianças do Setor Shangri-lá

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** Outras atividades do mês de junho **

- Concurso O FUTURO DA TERRA
Quando:
até 10/06
Onde: Escolas públicas dos municípios que estão no trajeto da Caminhada Ecológica - (Goianira, Brazabrantes, Caturaí, Inhumas, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Faina, Araguapaz e Araunã).
Contato: (62) 32013233 - nea.seduc@gmail.com

- Mesa redonda: Fontes de recursos para projetos socioambientais
Onde:
Rua 96, n°75, Setor Sul, Goiânia, GO.
Contato: (62) 3224 – 7241 - contato@institutoconscienciago.com.br
Público: Estudantes, professores, profissionais da área ambiental, Secretários Municipais de Meio Ambiente, Conselhos Municipais e Estaduais de Meio Ambiente, Gestores Públicos, Meios de Comunicação e ONGs.

- Caminhada ecológica da juventude
Quando:
14 de junho, concentração às 09 horas
Onde: Saída em frente à Igreja Matriz – Pirenópolis, GO.
Contato: (62) 3331-1990 / 8133-3509 - cjpiri@yahoo.com.br

- Encontro NUPEAT – Oficina Integrando Experiências: Pertencer e Cuidar da Teia da Vida
Quando: 18/06 – 11h30 às 12h30
Onde: IESA-UFG (Campus II) – Sala 05, Goiânia, GO.
Contato: sanfaoli@iesa.ufg.br
Público: Estudantes e Educadores Ambientais

- III Seminário de desenvolvimento sustentável da bacia do Alto Tocantins- Gestão dos Recursos Hídricos e Uso Sustentável do Cerrado
Quando:
18 e 19 de junho de 2009
Onde: Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados (Praça dos Três Poderes, Palácio do Congresso Nacional, Brasília-DF).
Contato: (61) 2104-4444 - ecodata@ecodata.org.br

- Seminário de práticas educativas- Palestras, oficinas e apresentação de projetos das escolas e visita ao acervo da Sala Verde.
Quando: 19/06 – 08h00 às 17h00
Onde: ETE – Sede da Escolinha do Saneamento, Goiânia, GO.
Contato: (62) 3522-2722/ 3522-2719 - escolinha@saneago.com.br
Público: Educadores da Rede de Ensino
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Previsões negativas X Expectativas positivas


O meio ambiente, desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, se tornou um tema muito discutido e objeto de diversas pesquisas. No entanto, a cada novo estudo os resultados obtidos mostram um cenário nada agradável para as décadas que se seguem. As previsões são de redução dos recursos naturais, aumento da temperatura do planeta e, consequentemente, de uma baixa qualidade de vida.

Um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontou que cerca de 18% da população, que corresponde a 1 bilhão de pessoas, já está sem acesso a uma quantidade mínima de água de boa qualidade para consumo. De acordo com o cálculo, este número poderá ser de 5,5 bilhões de pessoas em 2025. Já em 2050 seria 75% da humanidade sem o recurso.

José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também realizou um estudo e chegou à conclusão de que a temperatura da Amazônia poderá crescer de 3ºC a 5,3ºC até o fim do século, sem levar em conta o desmatamento, que também pode aquecer o leste amazônico em até 4ºC. Ele também fez estimativas para as temperaturas do Nordeste, do Pantanal e da bacia do rio da Prata. Dentre todas essas regiões, a elevação mínima dada pelos modelos em 2100 é de 2,2ºC. Nessas condições, além de a Amazônia virar cerrado, a caatinga desapareceria, transformando o semi-árido nordestino em um deserto.

Uma outra pesquisa, realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), mostra que até 2050 o desmatamento no cerrado brasileiro terá aumentado 14%. O estudo prevê redução de 40 km² por década, o que faria com que a área devastada subisse de 800 mil km² em 2002, para 960 mil km² daqui a 40 anos. Os cálculos foram feitos pelo professor Manuel Eduardo Ferreira, com base em imagens de satélites.

Porém, nem todos que têm contato direto com o meio ambiente pensam apenas nas piores consequências. O Engenheiro Agrônomo Luciano Ferreira Coelho reconhece a necessidade de cuidar do meio e reduzir o processo de degradação, mas afirma que o ponto de vista de muitos pesquisadores é exagerado. “Estão acontecendo muitas coisas que realmente estão fugindo do controle, mas prefiro a linha de pensamento que não é tão catastrófica”, conclui. Arailson da Rocha Moreira, também Engenheiro Agrônomo, concorda. “Prefiro não ser nostradamos. Prefiro acreditar que nós ainda vamos encontrar um equilíbrio”. Especialista na questão de desmatamento, Arailson explica que este equilíbrio seria entre as necessidades de plantio e do consequente desenvolvimento econômico e a conscientização do ser humano para a importância da preservação.

4 de jun. de 2009

Dia mundial do meio ambiente: A origem



Amanhã, 5 de Junho, comemora-se o dia mundial do meio ambiente. A data foi definida pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972, marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. Desenvolvimento e meio ambiente foram os assuntos abordados na conferência, que teve participação de 113 países, o que faz com seja considerada o primeiro grande encontro internacional para discussão dos problemas ambientais.

O objetivo da Conferência era alertar para os riscos da degradação do meio ambiente e colocar em pauta a necessidade de protegê-lo através da preservação e conservação dos recursos naturais. A partir do encontro, poluição, desmatamento, diminuição da biodiversidade e da água potável, destruição da camada de ozônio e das espécies vegetais e extinção de animais, começaram a ser pensados e discutidos.

Os debates durante a Conferência trataram de assuntos como o controle populacional e a necessidade de redução do crescimento econômico. Dois documentos conduziram para este enfoque: Relatório do Clube de Roma e Only one earth: the care and maintenance of a small planet, de responsabilidade de Bárbara Ward e René Dubos.

Alguns dos países em desenvolvimento que estavam presentes no encontro contestaram os pontos abordados, afirmando que os documentos tinham uma postura Neomalthusiana. A teoria defende a idéia de que o crescimento demográfico é a causa da pobreza ou do subdesenvolvimento e a solução é controlar o ritmo de crescimento da população através do planejamento familiar.

Eles interpretaram as ideias apresentadas nos documentos como um movimento de ampliação da sua subordinação aos países desenvolvidos. A visão contribuiu para que a declaração decorrente do encontro dedicasse diversos capítulos à tentativa de resguardar a soberania dos países em desenvolvimento, ou seja, sua liberdade de ação e desenvolvimento através do uso de seus territórios e recursos naturais. Depois da conferência foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), considerado uma das primeiras agências ambientais global.
Segundo as informações publicadas no livro “Rios, Redes e Regiões”, escrito pelo engenheiro civil Paulo Affonso Soares Pereira, o Brasil liderou a posição dos países pobres no sentido de retratar a postura diplomática que busca articular o meio ambiente às necessidades do desenvolvimento econômico. Paulo Nogueira, primeiro secretário da Secretaria Especial do Meio Ambiente (1974-1986), conta que o Secretário Geral do Ministério do Interior e membro da delegação brasileira, Henrique Brandão Cavalcanti, ao retornar ao Brasil, promoveu a elaboração do decreto que instituiu em 1973 a Secretaria Especial do Meio Ambiente, que iniciou suas atividades em 14 de janeiro de 1974.

Fonte: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/90

3 de jun. de 2009

Esquentou! E agora?




Temos menos de uma década para frear as mudanças climáticas se não quisermos viver em um país irreconhecível. Foi o que afirmou James Hansei, do Instituto Goddard da Nasa, à revista Época, edição de 27 de abril de 2009. Será que tal alarde tem fundamento? Será que realmente estamos nesta ‘louca’ corrida contra o tempo e contra o aquecimento global, na tentativa de salvar o planeta, o nosso planeta?

Parece que sim. Afinal, nunca se falou tanto da necessidade de novas atitudes, novos posicionamentos e, sem dúvidas, novas tecnologias favoráveis ao meio ambiente. Em 2007 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou que até 2100 o aumento da temperatura média do planeta poderia chegar de 1,8ºC à 4ºC. No entanto, estudos realizados no Reino Unido pelo Hadley Centre, responsável por pesquisas e previsões relacionadas à mudança do clima, apontam que a situação é um pouco mais grave. Se o ritmo atual for mantido, o aumento da temperatura poderá ser de 7,1ºC.

Bom seria se pudéssemos afirmar que tal aquecimento é natural. Não podemos. De acordo com o IPCC, há mais de 90% de certeza de que a ação humana influencia o aquecimento global. Ou seja, nós contribuímos para a alteração climática. Pelo menos podemos afirmar que estamos tentando resolver o problema. Talvez até seja o peso na consciência que esteja mobilizando a maioria dos países, inclusive os Estados Unidos, a buscar soluções e tentar reverter a situação. Acontece que segundo o meteorologista alemão Thomas Reichler, pesquisador da Universidade de Utah, nos EUA, algumas consequências já são irreversíveis, como a expansão da área tropical no planeta.

Tomara que ainda esteja em tempo de encontrarmos alternativas para evitar que outras previsões se tornem realidade, como, por exemplo, o elevado aumento do nível do mar, possível consequência do derretimento das geleiras. Os cientistas já dão como certa uma elevação de um metro até 2100, o que deixaria cerca de 600 milhões de pessoas desabrigadas. Isso sem levar em conta as áreas que passariam a ser inabitáveis por causa de secas ou climas extremos e os novos desertos que surgiriam.

O aquecimento global é decorrente do efeito estufa, fenômeno natural responsável por manter a temperatura da Terra constante, já que evita, por meio de determinados gases presentes na atmosfera, que parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço. Se a radiação não fosse retida, a Terra seria mais gelada, o que impediria a nossa existência. O que torna essa situação aparentemente normal, um problema, é o aumento desses gases, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os Perfluorcarbonetos (PFC's). É aí que nós entramos. Como culpados é claro.

O excesso de CO2 lançado na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo, é um dos nossos principais problemas. Para se ter uma idéia, o transporte, excluindo os automóveis que utilizam o etanol como combustível, é responsável por 13,1% das emissões de gases que provocam o aquecimento global.

Uma das tentativas importantes de reduzir a emissão de CO2 e dos demais gases que provocam o efeito estufa, se deu em 1997 durante a discussão e negociação do Protocolo de Kyoto. O tratado internacional prevê que essa redução seja de, pelo menos, 5,2% entre 2008 e 2012, em relação aos níveis medidos em 1990. Já estamos em 2009. A meta não foi atingida e é pouco provável que seja. Mas não se apavorem. Ainda temos aproximadamente uma década para estabelecer um tratado que dê resultados. Uma nova tentativa será no final do ano durante a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Copenhague, quando as nações mais uma vez se reunirão na tentativa de estabelecer um acordo climático global.

Ficamos então na expectativa. Até lá, convido você para discutirmos um pouco os problemas ambientais, nos quais estamos diretamente envolvidos. Seja bem vindo!