17 de jun. de 2009

Há consciência ambiental?

Adriana diz que a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMA) tem projetos de educação ambiental que visam conscientizar a população sobre importância da preservação do meio. “A semana inteira nós temos atividades nas várias escolas de Goiânia. Estamos sempre fazendo palestras de conscientização, abordagens nos parques e na medida do possível, tentamos alertar as pessoas a respeito do que é proibido e do dever de cada um”, complementa.

No entanto, ela afirma que muitas vezes não há interesse por parte da população. “Temos que ficar chamando as pessoas para participarem dos eventos, por que às vezes percebemos que elas não se importam. A própria população fomenta ações que vem em desencontro com aquilo que é proposto. Provocam pequenas queimadas, jogam lixo em terrenos baldios e arrancam ou picham as placas dos parques, contribuindo com a sua destruição”, relata.


O pensamento de muitas pessoas, segundo Adriana, é de que elas não são responsáveis pela preservação da cidade, dos recursos naturais e dos bens materiais. Ela afirma que o trabalho de conscientização também tenta mostrar para o cidadão que os bens e instrumentos públicos são patrimônios públicos, disponibilizados pelo poder público, mas que não deixam de ser do cidadão e, portanto, é importante preserva-los.


Leônidas também destaca que é preciso que o cidadão tenha consciência dos seus atos. “Mais importante que ter edifícios que sirvam de exemplo para a construção sustentável, é participar de uma cidade onde as pessoas tenham consciência e o poder público esteja realmente preocupado com isso, não apenas de um ponto de vista mercadológico”.


Para exemplificar a falta de consciência que existe atualmente, Homim cita alguns hábitos dos universitários. “Ao passearmos pela universidade nos deparamos com lixo no chão e nas salas de aula e o próprio descarte de material, o aluno compra um salgado e joga a metade fora”. Segundo ele, a universidade é onde está a parte mais bem formada do país, que tem acesso à informação e trabalha a construção do conhecimento. No entanto, é um dos locais onde é possível perceber “a enorme falta de consciência ambiental”.


O engenheiro agrônomo Luciano Coelho acredita que pelo menos os grandes empreendedores já atingiram um alto nível de conscientização. Ele afirma que as empresas evoluíram não por estarem sendo fiscalizadas, mas para se fortalecerem na busca do mercado externo. “Para alcançarem esse mercado elas precisam ter hoje adequação na área ambiental e socioambiental”. Luciano explica que além de se mostrarem preocupadas com o meio ambiente, devem tratar bem o ser humano, oferecendo boas condições de trabalho.


Segundo Luciano, elas seguem as chamadas regras de ouro. “Quando entramos, por exemplo, em uma mineradora, tem as regras expostas. De cinco, no mínimo duas são ambientais, como preservar as matas e não queimar. As outras envolvem saúde e segurança”, relata. Porém, Luciano reconhece que as empresas buscam essa adequação para serem aceitas e aumentarem os níveis de exportação, ou seja, visam o lucro e não a proteção do meio ambiente.


Para Osmar Mendes, a falta de consciência é uma questão cultural. “No Brasil as pessoas têm o hábito de jogar tudo na rua. Quando termina um evento, como a feira, ou shows, a rua vira um chiqueiro”, pontua. Ele conta que na Alemanha após um evento, as ruas continuam limpas e há uma consciência também na questão da reciclagem. Ele explica que lá, e também na Suíça, as pessoas pagam para reciclar o lixo que produzem.




A separação é feita entre materiais orgânicos e não orgânicos que são colocados em sacos específicos. “Quando compra o saco, que custa caro, a pessoa já está pagando para reciclar. O lixo só pode ser entregue naquele tipo de saco”, explica. Além de fazer a separação dos resíduos, o cidadão também é responsável pela entrega. Existem pontos de coleta e o poder público não passa para recolher. A coleta tem, portanto, custo zero. “Aqui, a pessoa para colocar o lixo no horário certo para ser coletado, já acha difícil”. No entanto, Osmar não deixa de ser otimista. “Mas agente vai avançar, um dia chegamos lá”, conclui.

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