11 de jun. de 2009

Atitude flex: depois dos carros, as motos!

CG 150 Titan Mix, primeira moto flex produzida em série


A Honda lançou em Março a CG 150 Titan Mix, a primeira moto flex do mundo produzia em série. Projetado especialmente para o Brasil, o modelo foi resultado de um trabalho que envolveu o Centro de Pesquisa do Japão. A diferença básica entre a moto e os carros flex é que ela não possui o reservatório de partida a frio, necessitando, portanto, de conter um mínimo de 20% de gasolina quando a temperatura ambiente estiver abaixo dos 15ºC. Para orientar o piloto quanto a necessidade da gasolina, há no painel de instrumentos um mecanismo de alerta por lâmpadas. Como as demais, a Mix está disponível em três versões: KS, com partida a pedal; ES, com partida elétrica e ESD, com partida elétrica e freio dianteiro a disco.

A tecnologia Flex, em inglês dual-fuel vehicles, significa veículo de combustível duplo, ou seja, permite a utilização de dois combustíveis, misturados e armazenados no tanque, na câmara de combustão ao mesmo tempo. Essa tecnologia surgiu nos Estados Unidos, no final da década de 80. O Estado da Califórnia estava pressionando para que fossem desenvolvidos modelos de carros menos poluentes. O etanol foi a sugestão de combustível, denominado biocombustível por se tratar de uma fonte de energia limpa. No entanto, como a demanda por veículos lá é grande e não haveria álcool para suprí-la, as empresas não poderiam investir em modelos movidos apenas por etanol. Desenvolveram entao, em 1993, os primeiros carros no modelo Flex, preparados para utilizarem álcool, gasolina, ou a mistura dos dois em qualquer proporção.

Os veículos flex estão disponíveis no mercado brasileiro desde 2003. O primeiro deles foi o Gol 1.6 da Volkswagen, denominado ‘total flex’. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mostram que em 2008 já haviam 6,2 milhões de veículos comerciais leves tipo Flex, o que corresponderia a 23% da frota brasileira, que é de 26 milhões de veículos. O Brasil já estava preparado para abastecê-los, com 30 mil postos de gasolina prontos para vender etanol. Um dos fatores responsáveis pela rápida aceitção do veículo no país foi a herança do programa Pró-álcool, criado na década de 70 e que estimulou a utilização do etanol como combustível. Outro fator foi a lei de proteção ambiental que obriga o uso de 20 a 25% de álcool misturado com gasolina convecinoal.

Para Osmar Mendes, Analista Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico de Goiás (SEMARH), ainda vai levar um tempo para que a tecnologia supere a dos combustíveis fósseis. Mas afirma que não é possível estipular uma data, já que a história, como ele cita, não é feita de ‘marcos zero’ e sim de períodos de transição. No entanto, ele aponta uma dificuldade para que os biocombustíveis se popularizem: As empresas de postos de combustível fóssil. Segundo Osmar, elas não vão perder o espaço e toda a estrutura que possuem. “Não vão deixar outras tecnologias desevenvolverem fácil. Possuem um grande investimento que foi construído ao longo de uma história. Têm instalações montadas, tecnologias desenvolvidas e geram muitos empregos”, explica. Osmar ressalta que as empresas vão tentar impedir que um combustível alternativo as leve a falência.


Fontes: Folha Online, Interpressmotor.
Foto: Interpressmotor.

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