7 de jun. de 2009

A caminho do fim?

Com tantas pesquisas que apontam os possíveis desastres aos quais estamos sujeitos nas próximas décadas, será que ainda é possível reverter a situação e conciliar desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente?


Alguns pesquisadores acreditam que a redução do uso de recursos naturais impediria o crescimento ou a permanência da economia no nível em que está, sendo, portanto, impossível conciliar desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. Já para o Engenheiro Agrônomo Luciano Ferreira Coelho é possível sim, e trata-se apenas de uma questão de planejamento. “Não apenas da parte do governo, mas também do setor privado. Precisamos pensar mais a longo prazo, as coisas imediatistas acabam trazendo consequências danosas e as vezes irreversíveis”, complementa.

Planejar é segundo Luciano um dos caminhos para evitar o consumo exagerado dos recursos naturais. Ele cita o exemplo da construção de hidrelétricas que muitas vezes tem nos projetos a pretensão de inundar grandes áreas, mas, explica que se houver planejamento é possível chegar a alternativas. “Hoje existem tecnologias que geram mais energia com menos áreas inundadas”, afirma.

Luciano ressalta que é preciso parar com a idéia de que a proteção ao meio ambiente vai impedir o desenvolvimento econômico. Segundo ele, temos capacidade para manter o ritmo de produção, mesmo utilizando estratégias que sejam menos agressivas ao meio. “O que tem que se fazer é investir em tecnologia”, destaca.

Ele explica que as tecnologias que estão sendo desenvolvidas com o intuito de reduzir a emissão de CO2 , proveniente da queima de combustíveis fósseis nos automóveis, é prova disso. “Primeiro colocaram os catalisadores nos veículos, depois reduziram o teor de chumbo na gasolina, desenvolveram os carros com tecnologia flex, ou seja, utilizando biocombustíveis, e agora estão trabalhando no carro elétrico. Hoje, tem como sim substituir coisas que degradam, por outras que não e que tem a mesma eficiência”, enfatiza Luciano.

Outra fonte de emissão de CO2 são as queimadas de vegetais. A popularização do biocombustível produzido a partir da cana de açúcar gerou um aumento de canaviais e usinas nos últimos anos. Até pouco tempo, o processo de colheita envolvia a queimada desses canaviais, o que colocava em questionamento a afirmação da energia obtida ser realmente menos poluente. No entanto, como explica Luciano, foram desenvolvidas Máquinas Colhedeiras, que dispensam a queimada.

Em Goiás, por exemplo, a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente 082 2007 e a Instituição Normativa 001 2007 da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, proíbe que as usinas emergentes a partir dessa data realizem queimadas. Quanto às usinas antigas, ele afirma que estão passando por um processo de redução paulatina. “Acredita-se que 50% da safra de 2009 utilize a colheita mecanizada”.

O Engenheiro agrônomo Araílson da Rocha Moreira, também acredita ser possível manter o ritmo da produção de maneira sustentável. Em relação ao desmatamento, outro problema enfrentado, ele explica que as tecnologias atuais já permitem a obtenção de maiores rendimentos por hectare, proporcionando uma produtividade maior em um espaço menor e, consequentemente, reduzindo a necessidade de desmatar. “O que devemos fazer agora é produzir no espaço que já está desmatado, não precisa de mais”, complementa.
No entanto, não basta que os pesquisadores estejam desenvolvendo altas tecnologias voltadas para a preservação do meio e que os órgãos que trabalham na área estejam fiscalizando. Segundo Araílson, jogar um simples papel no chão é agredir o meio ambiente. E ele é responsabilidade de todos. “Todo mundo tem obrigação de preservar o meio ambiente, não apenas os órgãos que trabalham com essa parte”, destaca.

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